“América, América. Lá se vive que é uma maravilha. Vamos ao Brasil com toda a família. América, América, se ouve cantar. Vamos ao Brasil, Brasil povoar.” Aglomeração de pessoas em um espaço pequeno, falta de alimentos, doenças, roubos... As viagens dos imigrantes italianos ao Brasil entre os séculos XIX e XX eram regadas a desafios. Para cruzar o Atlântico em direção à América era preciso um pouco mais do que coragem, era necessário render-se a esperança, como é possível perceber no cântico do início do texto. Ele costumava ecoar nas terceiras classes de navios a vapor. Ao todo, o percurso durava cerca de 40 dias. 

Com a partida iniciada no porto de Gênova na região metropolitana da Itália, o barco a vela La Sofia foi o responsável por trazer os primeiros imigrantes em 3 de fevereiro de 1874, sendo que o ápice do fluxo migratório aconteceu seis anos depois da embarcação pioneira. Os destinos dos fortes desbravadores eram o Sul e Sudeste do país para suprir a demanda de trabalho nas plantações de café que surgiu a partir do aparecimento de pensamentos abolicionistas. Ou seja, os produtores que utilizavam mão-de-obra escrava eram mal vistos pela sociedade. Outro motivo que levou os italianos a serem bem recebidos foi o desejo do governo brasileiro de torná-los proprietários rurais a fim de ocupar as terras sulistas. A escolha das tarefas era opcional.

Já para os italianos, a vida na Europa beirou o insustentável. Por conta da mudança do sistema de produção feudal para o capitalista, as oportunidades de emprego eram mínimas. Consequentemente, a crise econômica se estabeleceu enquanto a população européia duplicou, o que agravou ainda mais os desafios.

O Brasil foi o terceiro maior receptor de imigrantes da Itália com 1,5 milhões de pessoas recebidas. O número fica atrás dos Estados Unidos com 5 milhões e da Argentina com aproximadamente 2,4 milhões. Infelizmente, a realidade que os italianos encontraram ao chegar ao país não era nada parecida com o novo horizonte tão bem aclamado no exterior e eles viveram em uma situação de semi-escravidão. Por outro lado, a aproximação da cultura italiana gerou uma nova perspectiva nos brasileiros que passaram a serem influenciados pela religião, arte, música, arquitetura e gastronomia. Inclusive, pelo hábito de tomar vinhos.

Entre perdas e ganhos, acertos e erros, transições do velho e do novo, misturas, fez-se um país de diversidade. Para celebrar um grupo de pessoas que tanto contribuíram com a formação do Brasil, criou-se o Dia Nacional do Imigrante Italiano. A data é comemorada desde 2008 aos dias 21 de fevereiro. Que tal comemorar como ela merece este ano? Acesse o catálogo de vinhos importados da Ivini pelo link www.ivini.com.br. 

Carnis Levale é o termo em latim utilizado para designar uma festividade que o brasileiro conhece tão bem: O Carnaval. Apesar de a data comemorativa estar tão enraizada na cultura do país, ela não é original das terras nacionais. Uma das primeiras manifestações aconteceu na região da Mesopotâmia quando os presos vestiam-se de rei em um período conhecido como Saceia. Não demorou muito para que a troca de papéis sociais ganhasse o mundo. A Itália não ficou de fora do movimento festivo e na época do Renascimento passou a introduzir máscaras, adereços, fantasias e carros alegóricos na comemoração. Nesta época, a festa começou a ficar nos moldes da era contemporânea.

Hoje em dia o principal carnaval italiano concentra-se ao nordeste, em Veneza. A festa é regada a fantasias, exposições de arte, desfiles de moda e apresentações teatrais. Viareggio nos arredores de Toscana também é bastante reconhecida no período de comemoração. Aos domingos de janeiro a fevereiro carros alegóricos circulam com enormes esculturas de papel machê que retratam em tom de ironia personalidades nos campos da política, cultura e entretenimento. O trajeto percorrido de dois quilômetros exalta a beleza das praias e construções de Art Nouveau.

Após essa pequena introdução a respeito da história do Carnaval, chegou o momento de uma pergunta esperada... O vinho combina com a festividade? Em resposta a indagação, digo que música, diversão e calor podem ser bons companheiros de uma taça. O segredo está nas combinações.

Para toda bebida, uma harmonização
Tinto, branco, rosé, espumante e licor. As opções para a criação de drinks são inúmeras. Mas, quando se trata de Carnaval o ideal é optar por um misto de cores e frescor.

Confira abaixo três sugestões de bebidas para apreciar no feriado!

- Viña Colada
50 ml de Espumante Rosé Terra Serena
20 ml de rum prata
50 ml de água de coco
Abacaxi bem maduro cortado em triângulos de 2 cm
Suco de limão da pérsia
Gelo

Modo de Preparo: Em uma taça amasse o abacaxi e o suco de limão. Em seguida, acrescente gelo, água de coco, rum e o espumante. Por fim, misture, coloque o gelo e sirva.

- Clericot Caribenho
100 ml de Chardonnay IGT Sicilia
50 ml de rum prata
Pequenos cubos de goiaba vermelha
Meia lua de laranja Bahia
Meio limão siciliano
Água tônica
Folhas de hortelã
Gelo

Modo de Preparo: Em uma taça misture a goiaba, fatias de laranja e o limão siciliano. Depois coloque quatro pedras quebradas de gelo, rum, água tônica e Chardonnay. Use as folhas de hortelã para decorar e sirva.

- New York Sour
60 ml de Bourbon
30 ml de suco de limão siciliano
15 ml de xarope simples*
15 ml de Barbera D’Alba Doc
Gelo

Modo de Preparo: Misture em uma coqueteleira o Bourbon, suco de limão, uma grande quantia de gelo e o xarope simples. Coe a mistura para uma taça com novas pedras de gelo e coloque o Barbera de forma suave sobre o líquido. Por último, sirva.

*Xarope simples: Leve um quilo de açúcar e um litro de água para ferver no forno. Em seguida, retire as impurezas que se formam em cima do líquido com uma peneira. Desligue o fogão quando a mistura estiver densa, mas, ainda líquida. Deixe esfriar e guarde na geladeira..

Se você é vegetariano, pode ter a impressão de que são poucos os vinhos que harmonizam com pratos sem carne. Nada disso. Ao contrário do que muitos amantes de um bom churrasco querem crer, a comida vegetariana oferece parcela igual de versatilidade na hora de escolher o vinho que vai acompanhar a refeição.

O desafio reside, no entanto, em combinar os ingredientes que serão servidos com o vinho mais adequado. Ou seja, uma primeira pergunta que deve ser posta à mesa é: que proteína será servida em substituição à carne?

O princípio básico por trás dessa indagação é o de considerar o vinho como mais um dos ingredientes que serão servidos. Assim, quando você analisa os componentes “estruturais” (paladar) de um vinho, fica mais fácil tratá-lo como um ingrediente que interage ativamente com determinado prato. O objetivo de uma ótima harmonização é equilibrar esses componentes do vinho com a comida para que, juntos, ambos destaquem os principais sabores da refeição.

Para a acidez, gordura e sal. Para o amargor, proteínas.

Aqui estão 4 componentes fundamentais do sabor de um vinho tinto que devem servir de parâmetros na hora da harmonização:

Acidez: todos os vinhos apresentam algum nível de acidez (com níveis de pH entre 2,7 e 4). Os vinhos tintos mais encorpados costumam ficar em torno de 3.6 pH. São azedos, por assim dizer. Mas isso pode ser usado em seu favor: a acidez serve para equilibrar alimentos mais pesados e gordurosos, por exemplo. Uma sugestão? Syrah “Cassandra”.

Intensidade: alguns vinhos tintos são fortes ou bem encorpados. Por isso, você precisará combiná-los com alimentos que apresentem a mesma intensidade ou “presença” em seu paladar.

Sabores de base: uma vez que os vinhos são feitos com uvas, eles geralmente têm sabores frutados, que variam de acordo com o tipo de uva, região e cultivo. Aqui, as notas (amora, cereja, canela etc.) e aromas (floral, amadeirado etc.) estão em foco. Esses componentes devem ser levados em conta na hora de combinar o vinho com alguns ingredientes de destaque, especiarias e ervas.

Amargor: o pigmento e o tanino do vinho tinto adicionam amargor e adstringência à bebida, o que tem um efeito de “limpeza” do paladar (esses componentes literalmente arrancam os vestígios de proteínas de sua língua - é por isso que muita gente fala que o vinho tinto “seca” a boca). Por isso, vale a pena investir em alimentos ricos em proteínas (como ovo, queijo, feijão, lentilha, grão de bico, entre outros) quando o vinho escolhido tiver taninos persistentes , como o Barolo.

Vamos estabelecer uma regra desde já: se você deseja apreciar vinhos, copos de requeijão não são uma opção. Por “copos de requeijão” entenda-se qualquer alternativa que não seja uma taça, de vidro ou cristal, especialmente desenhada para a degustação de vinhos.

Nota importante: essa regra, por assim dizer, não diz respeito à etiqueta sócio-cultural nenhuma (eu mesmo já tomei vinho em diversos tipos de copo e até em copo de plástico!). Trata-se tão somente do fato de o vinho ser uma bebida mais bem apreciada quando em contato com uma superfície de vidro e em formato que preserve suas características essenciais (sabor, aroma, coloração).

Não sou eu quem afirma isso, na verdade. Há diversos estudos sobre o tema, mas uma pesquisa lançada em 2015 por um grupo de pesquisadores japoneses chama a atenção: depois de desenvolverem uma câmera fotográfica especial que registra os vapores de álcool à medida que deixam a abertura de um copo, eles identificaram os formatos ideais para o consumo de diversas bebidas, entre elas o vinho. A importância dos compostos aromáticos para a total apreciação de determinado vinho é tema para outro post (anotado!), mas, por ora, basta dizer que estudiosos atribuem até 80% do sabor de determinado alimento ou bebida a nossa habilidade olfativa. É isso mesmo, descrente leitor, 80%!

Diante disso, dá para dizer que a melhor coisa que você pode fazer para melhorar a experiência de degustação de um vinho é escolher uma taça que realce suas características preferidas.

A melhor taça para tomar vinho branco ou rosé

Se há uma infinidade de tipos de vinhos diferentes ao redor do mundo, é apenas compreensível que exista também diversos tipos de taças diferentes, não é mesmo?

Assim, um vinho conhecido por seus aromas florais, sabor frutado, e de corpo moderado, como Grillo Egisto, por exemplo, pede uma taça pequena, com boca mais fechada, que preserve todo esse potencial aromático.

O mesmo vale para o clássico Marchese Montefusco Chardonnay, embora neste caso a boca possa ser um pouco mais larga, visando enfatizar a textura cremosa do vinho.

Ou seja, o objetivo maior aqui é preservar os aromas e manter a temperatura mais fria. Por isso, vinhos brancos e rosé são mais bem servidos em taças menores, de boca média ou pequena, a depender do corpo do vinho escolhido (quanto mais encorpado maior pode ser a abertura da taça).

A melhor taça para tomar vinho tinto

Aqui o objetivo é outro: queremos dar mais vazão para a evaporação e deixar o vinho o mais suave possível. Por isso, os vinhos tintos são geralmente servidos em taças grandes, com bocas maiores.

Na prática, a escolha de uma taça de vinho tinto tem muito a ver com a suavização dos taninos. Além disso, quanto maior for a abertura da taça, mais suave será sua apreciação. Por isso, vinhos bem encorpados, como Savuto, pedem taças com bocas mais alargadas.

Já vinhos com corpo de médio a forte, como Barolo, Brunello di Montalcino, entre outros, são perfeitos quando apreciados em taças médias, que param um pouco acima do nariz.

Geralmente, os apreciadores de vinhos tendem a ser conservadores. Isto é: valorizam vinhos com grande bagagem histórica e cultural e costumam preterir algumas variedades de uvas que, por um motivo ou por outro, foram classificadas como “menores” em outros tempos. É o caso de Merlot.

Isso é um equívoco, vou logo dizendo.

Explico.

Ainda que este seja um dos vinhos mais populares do mundo, Merlot parece sempre estar à sombra de Cabernet Sauvignon. Por quê? Porque ao longo das últimas décadas, alguns Merlot comerciais realmente baratos acabaram rendendo má reputação a esta deliciosa variedade, popular na França e também na Itália, onde costuma ser utilizada na produção de vinhos respeitabilíssimos como Foho Chianti e L’Attesa.

Por isso, é hora de atestar: Merlot é uma uva de altíssimo nível e as cinco curiosidades a seguir servem para comprovar isso. Veja só:

1. Merlot é a variedade mais cultivada na França: esqueça as aclamadas uvas Cabernet Sauvignon e Pinot Noir, atualmente, Merlot é a principal uva do maior produtor mundial de vinhos.

2. Procedência nobre: Merlot descende das variedades Cabernet Franc e Magdeleine Noire des Charentes, ambas muito respeitadas.

3. Mais difícil de cultivar do que Cabernet: Merlot é uma uva de pele fina que é muito sensível ao ambiente. Porém, as uvas Merlot têm uma vantagem sobre as Cabernet Sauvignon: amadurecem com até 2 semanas de antecedência. Em uma colheita chuvosa, isso pode fazer muita diferença.

4. A Toscana ama Merlot: ela é a quinta uva mais cultivada na Itália. Merlot é muito popular nos vinhos IGT da Toscana, comumente designados “Supertoscanos”.

5. Mais de R$ 5.000 por uma garrafa: acredite se quiser, uma garrafa do famoso Chateau Petrus, de Bordeux (França), produzido exclusivamente com uvas Merlot, chega a custar R$ 5.000.