A dieta sem glúten-  uma proteína encontrada no trigo, centeio, cevada e um punhado de outros grãos- conquistou muitos adeptos nos últimos anos como meio de perder peso e aumentar os níveis de energia. Mas o glúten também pode ser um problema sério para quem tem intolerância ou alergia a ele, ou para quem sofre da doença celíaca, o distúrbio auto-imune no qual a ingestão de glúten causa danos no intestino delgado e outras complicações de saúde de longo prazo. 

Para pessoas com essas condições médicas, saber se um alimento ou bebida contém glúten é uma necessidade absoluta, pois pode gerar até um adoecimento grave. E independentemente do motivo pelo qual as pessoas optam por abrir mão do glúten, há uma pergunta comum que muitos fazem: Posso beber vinho com uma dieta sem glúten?

SIM! (Ufa, quem comemorou aí junto com a gente?) Felizmente, o vinho é um exemplo clássico de bebida alcoólica sem glúten. Normalmente é feito de uvas, e o processo, em circunstâncias normais, não tem exposição ao glúten. 

Porém, existem exceções?

Embora o vinho seja considerado seguro para aqueles com distúrbios relacionados ao glúten, as pessoas que têm reações graves ainda precisam estar cientes de dois casos em que o vinho pode entrar em contato com o glúten.

O primeiro é se um barril usado para envelhecer o vinho for selado com pasta de trigo, que contém glúten. Felizmente, em toda a indústria do vinho, esta pasta foi amplamente substituída por substitutos de cera sem glúten e, mesmo quando usada, a exposição do vinho a ela é quase insignificante.

Um estudo realizado nos Estados Unidos pela Tricia Thompson, fundadora da GlutenFreeWatchdog.org, testou os níveis de glúten de dois vinhos diferentes terminados em barris selados com pasta de trigo. E o resultado mostrou que os vinhos continham menos de 5 e 10 ppm de glúten, respectivamente - muito abaixo do padrão de 20 ppm que o  FDA (agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos) para alimentos sem glúten.

Outro ponto de atenção é se o glúten de trigo for usado para o processo de clarificação e estabilização do vinho. Mas essa prática também é extremamente rara. E mais uma vez, o vinho resultante provavelmente não terá glúten suficiente (se houver) para causar uma reação: um estudo de 2011 publicado no Journal of Agricultural and Food Chemistry testou vinhos finos com agentes à base de glúten e descobriu que eles continha muito pouco glúten ou mesmo nenhum.

Mas é importante ressaltar que, embora a maioria dos vinhos de mesa seja livre da proteína, nem todos os vinhos são produzidos iguais. Alguns tipos de vinho contêm uma quantidade insegura de glúten para pessoas com doença celíaca, por conterem adição de cor ou sabor ou serem feitos de malte de cevada. Para estes, o consumidor deve verificar o rótulo. 

Ou seja, em quase todos os casos, é seguro desfrutar de um vinho durante uma dieta sem glúten. No entanto, se você quiser ter 100% de certeza de que está bebendo um vinho totalmente livre do  glúten,  é importante  entrar em contato com a vinícola para confirmação.

E você sabia dessas informações? Conta pra gente aqui nos comentários!

Não é novidade que o universo da vinicultura é recheado de milhares de técnicas- milenares ou novas- e tecnologias. Mas já imaginou um tipo de produção de vinho que usa água salgada na sua composição? Pode parecer estranho, mas na verdade a técnica existe sim e diversos produtores franceses e portugueses estão testando em seus vinhos. 

Isso mesmo. Alguns produtores estão colocando água do mar em seus vinhos. A técnica, apesar de não ser muito difundida, não é de hoje. Na verdade, ela segue antigas técnicas romanas, que constam em tratados agrícolas datados do século II a.C. Inclusive, as receitas milenares trazem o passo a passo da preparação e até detalham que a água deve ser coletada em alto mar, por, segundo o estudo, ter uma quantidade de sal na água mais otimizada.

Por exemplo, Hervé Durand, proprietário da vinícola Mas de Tourelles, no Vale do Rhône, e entusiasta de técnicas milenares, produziu um vinho seguindo uma receita Lucius Junius Moderatus, escritor romano que viveu no século I d.C, que propunha um vinho com adição de plantas e finalizado com uma adição de água do mar. Segundo o autor da receita, a água traria uma salinidade inesperada ao vinho. 

Já em Portugal, Dirk Nieport, proprietário da vinícola Nieport, após conhecer a técnica, convenceu dois amigos, Anna Jorgensen, proprietária da vinícola alentejana Cortes de Cima, e o famoso produtor Anselmo Mendes, a testarem a técnica.

O grupo fez diversos testes. Enquanto Anna acrescentou 1% de água do mar em uma barrica de 500 litros, Anselmo Mendes foi além, adicionou 1%, 5% e 10% de água do mar em tanques de aço de 25.000 litros. 

Os três chegaram à conclusão que as soluções de 5% e 10% não tiveram bons resultados, mas a  solução com 1% de água salgada conquistou o paladar dos especialistas. Incrível, né?

Vinhos envelhecidos no fundo do mar

Calma que a água salgada não é usada no universo do vinho apenas na receita do vinho. Há alguns anos, foi realizado também um outro experimento inovador: envelhecer o vinho no fundo do mar.
Um grupo de sete produtores de vinho do sul de Portugal deixaram durante mais de 6 meses algumas garrafas envelhecendo no fundo do mar do litoral do país e, como resultado surpreendente, tiveram um vinho com melhor sabor e  aroma. 
A iniciativa foi implementada pela Associação de Produtores de Vinhos da Costa do Alentejo e segundo José Mota Capitão, um dos produtores que participou do projeto, a surpresa foi muito boa, já que se comparou com o mesmo vinho que se estava envelhecendo nas adegas e se pôde comprovar que suas qualidades de aroma e sabor tinham melhorado muitíssimo.
Está surpreso com tudo isso que te contamos? E você teria coragem de experimentar um vinho com água salgada? Conta pra gente aqui nos comentários!

Quem nunca se sentiu melhor depois de uma taça de vinho? Não há dúvidas que beber vinho, de forma moderada, faz bem ao bem-estar e pode trazer muitos benefícios à saúde. Inclusive, já fizemos um post explicando todos os benefícios do vinho, que pode ajudar a proteger o revestimento dos vasos sanguíneos do coração, ajudar a reduzir o colesterol “ruim”, impedir a formação de coágulos sanguíneos, proteger contra a obesidade, o diabetes e também ajudar na imunidade.

E com a iniciação da distribuição e aplicação da vacina contra o COVID-19, muita gente quer celebrar, não é mesmo? Mas será que é seguro beber vinho depois de receber a vacina?

Em entrevista dada ao site americano Wine Spectator, o Dr. Anuj Mehta, um pneumologista do National Jewish Health e presidente da força-tarefa do Colorado para a vacina, aponta que embora possa haver efeitos colaterais leves, como náuseas e dores musculares, os amantes do vinho que receberem a vacina podem sim comemorar com uma taça de vinho.

Já sabíamos que pessoas que tomam uma taça de vinho por dia apresentam melhora na saúde e principalmente na função cardiovascular. E agora, podemos adicionar o sistema imune aos benefícios da bebida.  Um estudo feito pela Escola de Medicina da Universidade da Califórnia mostrou que o consumo moderado de álcool pode até ajudar nosso sistema imunológico e impulsionar o combate a infecções.

Durante estudo sobre o impacto do consumo de bebidas alcoólicas no sistema imunológico, os pesquisadores treinaram 12 macacos para consumir álcool por conta própria. Depois de vacinas contra varíola, foram separados em dois grupos: um que podia acessar doses de 4% de etanol e outro que tinha disponível apenas água com açúcar. Depois, foram observados por nove meses.

Semelhante ao comportamento dos seres humanos, os macacos observados mostraram ter um consumo muito variável de álcool. Alguns bebiam grandes volumes de etanol, enquanto outros eram moderados.

Antes de consumir o álcool, os macacos apresentaram respostas semelhantes à vacinação comum. Depois de sete meses do início do estudo, os macacos receberam nova dose da vacina e os que haviam se excedido no consumo apresentaram uma resposta imune menor do que os que beberam água com açúcar.

Porém, os que haviam consumido moderadamente as doses de etanol – o equivalente a uma taça de vinho por dia – tiveram os melhores resultados nos testes de imunidade.

Isso só reforça o que estudos apontam há um tempo: o consumo moderado de vinho resulta na redução de todas as causas de mortalidade, principalmente de doenças cardiovasculares.  

Ou seja, o vinho contribui para a nossa saúde sim, se consumido moderadamente e associado a um estilo de vida saudável. Quanto ao coronavírus, não há comprovações específicas sobre o benefício do vinho, porém uma taça com certeza vale para celebrar! 




E aí, gostou das curiosidades que apresentamos? Deixe seu comentário!

Não há dúvidas que 2020 foi um ano desafiador para todo mundo. Mas algumas áreas foram surpreendidas positivamente, como foi o caso do vinho. Nunca se consumiu tanto a bebida no Brasil como no ano passado. 

Segundo dados de uma pesquisa realizada pela Ideal Consulting, entre janeiro e setembro de 2020, o consumo per capita teve um aumento histórico de quase uma garrafa: cada pessoa maior de 18 anos consumiu em média 2,68 litros – mostrando um crescimento de 26% em comparação ao mesmo período de 2019, que teve a marca de 2,13 litros. 

Além disso, o estudo ainda mostra que o volume comercializado teve um salto de 37,2% de janeiro a setembro de 2020, passando de 265,3 milhões de litros de vinhos e espumantes em igual período de 2019 para 363,9 milhões de litros. Somente nos meses de junho e julho, a comercialização atingiu 60 milhões de litros, uma marca histórica. Para você ter uma ideia, uma boa performance foi alcançada em outubro de 2019, com a comercialização de 47,7 milhões de litros.

Outro dado interessante é sobre as importações de vinho, que, só em novembro,  bateram recorde histórico superando 2 milhões de caixas de 9 litros, mais precisamente 2.051.100 caixas de 9 litros, ou ainda 24.613.200 de garrafas!

Para muitos, esse marco está ligado ao fato das pessoas terem buscado, em momento de isolamento social provocado pelo coronavírus, apreciar mais jantares e momentos prazerosos em casa. E nesses momentos não poderia faltar bons vinhos, não é mesmo? 

Bom, qualquer que seja o motivo do aumento de consumo de vinho, não tem como negar que esses dados merecem comemoração! Ficamos muito felizes de ver que o número dos amantes de vinho só está crescendo! 

Claramente foi construído um novo patamar de consumo de vinho no Brasil, mas como serão os números deste ano de 2021? Nós esperamos que só aumente! Faça suas apostas aqui nos comentários!

Cada vez mais ouve-se falar em sustentabilidade. O conceito que ganhou força no início do século XXI nasceu com o objetivo de integrar o desenvolvimento econômico, social e ambiental a fim de aumentar a qualidade de vida do ser humano a partir da proteção dos recursos naturais. Quando se trata do universo dos vinhos, não é diferente. A iniciativa existe para oferecer um relacionamento saudável dos produtores e consumidores com a bebida sem prejudicar a natureza durante o processo.

Por isso, a produção dos vinhos orgânicos tem crescido ao longo dos anos e eles dispensam o uso de fertilizantes, pesticidas, fungicidas e herbicidas (os famosos agrotóxicos) para centralizar a saúde do solo com materiais naturais. O resultado são excelentes vinhos como o Chianti DOCG - Orgânico, o Chianti Riserva DOCG - Orgânico e o ARIA Chianti Classico DOCG 2012. 

Mas, uma dúvida que muitas pessoas têm é sobre a duração dos vinhos orgânicos. Será que eles envelhecem bem? Quanto tempo eles duram?

Vamos lá: vinhos orgânicos normalmente não envelhecem bem. Portanto, trate os vinhos  orgânicos como outros itens de mercado que têm uma data de validade com cerca de 3 a 6 meses. Os vinhos orgânicos têm durado cada vez mais, mas por enquanto, esta é uma aposta segura.

Por que a maioria dos vinhos orgânicos não envelhecem bem?

Os vinhos orgânicos dos Estados Unidos, por exemplo, possuem diversas especificações, uma delas inclui a exigência de não adição de enxofre (sulfitos). Mas o que os sulfitos têm a ver com isso?!

Durante o processo de vinificação, a levedura consome açúcares e produz álcool e o líquido se aquece naturalmente. É nessa época que a maioria dos vinicultores optam por adicionar um pouco de SO2 para controlar o crescimento bacteriano enquanto o vinho está na "zona de perigo". Quando a fermentação do álcool é finalmente concluída, os vinhos são armazenados em temperaturas mais baixas e a oportunidade de crescimento bacteriano é bastante reduzida. Basicamente, pequenas quantidades de enxofre são  às vezes adicionadas durante períodos de transição na adega (como fermentação, transferência de vinho e engarrafamento), que são os pontos em que o vinho pode ser exposto a bactérias.

E embora os produtores de vinho orgânicos tenham melhorado muito os processos de pós-produção de filtragem de vinhos, sem o uso do enxofre, algumas bactérias restantes podem deteriorar um vinho mais rapidamente após ser engarrafado. 

Quais as opções se ainda quiser beber vinho orgânico?

Procure vinhos com o rótulo "Feito com uvas orgânicas". Isso garante que as uvas sejam cultivadas organicamente e que seguem uma limitação da adição de enxofre de 100 ppm (o convencional é de até 350 ppm.)

Além disso, os vinhos orgânicos produzidos na Europa tem restrições mais brandas às adições de enxofre, garantindo maior duração.  

Gostou de saber um pouco mais sobre os vinhos orgânicos? Conta pra gente se já experimentou algum?