Provavelmente você já ouviu falar que um bom vinho começa na forma que o vinhedo é tratado. Mas, na verdade, as influências começam bem antes das vinhas serem plantas e tem muito a ver com geografia! Sim, há muitas influências geográficas sobre o que torna um terreno especial para fazer vinho. Porém, não há uma regra clara sobre essas influências, mas sim uma conexão de diferentes pontos como: temperatura, clima, altitude, tipo de solo e geopolítica. Vamos saber mais sobre cada uma delas?

Temperatura média 

A temperatura é um componente importantíssimo para o processo de amadurecimento, ou não, das uvas. E cada variedade da fruta tem uma velocidade de amadurecimento diferente, o que significa que a temperatura média é um grande fator em termos de determinar quais variedades devem ser plantadas em cada região. 

Não existe uma temperatura melhor do que a outra. Na verdade, cada uma desenvolve características distintas para cada vinho. Por exemplo, climas mais quentes permitem que as uvas amadureçam e amadureçam totalmente, desenvolvendo pigmentos profundos, sabores de frutas fortes, maior doçura e maior teor de álcool. Por outro lado, climas mais frios mostram um lado mais suave, acentuando a mineralidade dos vinhos brancos, mantendo a acidez suculenta e garantindo uma delicada dança de sabores em todo o paladar. 

Clima

O clima do lugar vai muito além da temperatura média.  Ele leva em consideração os padrões climáticos e as condições atmosféricas que podem se desenvolver - ou destruir as uvas para vinho. Esses fatores incluem chuva, umidade, vento, geada, granizo e qualidade da luz solar, que têm influência direta desde a espessura da casca da uva até a quantidade de produtos necessários para combater  o mofo da videira.

As melhores safras geralmente resultam de climas estáveis ​​que permitem um amadurecimento lento e constante, sem chuvas fortes ou temperaturas extremas.

Elevação do solo

Pode parecer algo muito distante, mas a elevação do solo impacta diretamente no resultado do vinho que você aprecia na sua casa. O fato da uva ser cultivada em  colinas inclinadas ou no fundo de um vale, afeta o crescimento das uvas, e consequentemente o vinho. 

Noites frias em grandes altitudes significam maiores temperaturas durante o dia, que ajudam as uvas a conservar sua acidez e dão origem a vinhos mais elegantes e dignos de envelhecimento. 

Por outro lado, os vinhedos de montanha e de encosta também tendem a receber luz solar mais direta e concentrada, o que leva a uma maior concentração de cor e taninos mais fortes.

Tipo de solo

O tipo de solo - incluindo areia, argila, terra, seixos, pedras e dezenas de combinações entre eles - desempenha um papel importante em como as uvas crescem e nos tipos de vinho que se transformam. Dependendo da formação de solo há um tipo de nutrientes, drenagem de água, retenção de água e pode até moderar a temperatura no microclima imediato de uma videira.

Você sabia que as videiras têm melhor desempenho quando os nutrientes são escassos e as raízes não são pantanosas? Essas condições fazem com que a videira concentre mais energia na sobrevivência e menos energia no crescimento das uvas, o que significa que a videira emite menos cachos - e cada uva tem mais caráter, concentração e qualidade. Como resultado, os vinhedos de solo arenoso tendem a produzir vinhos mais elegantes do que os de solo argiloso; e os solos à base de argila tendem a produzir vinhos mais ousados ​​e estruturados. 

Agora que tal da próxima vez que for apreciar um bom vinho, fazer uma busca sobre a Geografia do seu local de origem e tentar identificar suas características a cada gole?  Cin-cin!

Provavelmente já ouviu falar da uva Pinot Noir, certo? Mas você sabia que ela é uma das uvas mais antigas do mundo? Estudos indicam que ela tem cerca de mil anos a mais que a Cabernet Sauvignon. A variedade é uma das mais tradicionais da França e é conhecida pela produção de vinhos delicados e com coloração vermelha menos intensa. Por isso, o post de hoje é dedicado exclusivamente à Pinot Noir. Vamos lá?

Originárias de Borgonha, na França, as uvas da Pinot Noir são pequenas e têm como característica a casca fina, o que lhe garantem a "fama" de serem super delicadas e com a necessidade de um cuidado mais exigente na hora de serem cultivadas. Por isso, a variedade se dá melhor em regiões de clima moderadamente fresco para que haja o amadurecimento por completo.

Produção de Pinot Noir

Por ser a mais delicada e complexa das uvas tintas, cultivar a Pinot Noir é quase uma obra de arte. Para acentuar seus sabores e conquistar as melhores uvas da variedade, é necessário que haja uma poda para que tenha um número reduzido de cachos por parreira. O que resulta em uma menor produtividade por área. 

Mas toda essa dedicação vale a pena: O resultado é um leque complexo de aromas que vão dos mais comuns- como amora, cereja, framboesa, especiarias, flores e ervas-  até mais complexos, em idade mais avançada, com toques animais, couro e cogumelos secos.

E isso depende muito da alterações de clima e solo! Os cultivos em lugares mais frios resultam  em uma uva pouco madura e, consequentemente, vinhos com notas excessivas de vegetais verdes. Já em regiões muito quentes as uvas tornam-se super maduras e os vinhos ganham aromas mais intensos de compota e geleia.

Vinhos de Pinot Noir

Se a uva Pinot Noir é uma das mais complexas, seu processo de vinificação não poderia ser diferente, não é mesmo? Para produzir vinhos com a variedade são necessários cuidados extremos como controle de temperatura de fermentação, uso de métodos delicados de filtração e cuidados de limpeza rigorosos. 

Todo esse cuidado e dedicação dão origem a vinhos super especiais: leves e com bastante aromas. E apesar dos vinhos Pinot Noir terem tornado-se famosos em sua terra natal, na Borgonha, com vinhos tintos de textura suave e corpo médio a cheio, a uva atravessou fronteiras e hoje é produzida em outros países. 

É o caso do Chile, onde a  Pinot Noir alcança bom desempenho, com vinhos que apresentam notas de ameixa, cereja preta e pimenta.  Geralmente, os vinhos chilenos Pinot Noir têm aromas florais e são redondos, suaves e com baixa concentração de taninos. Acredita-se que onde a Chardonnay cresce também é favorável para a Pinot Noir. No Chile, esta uva apresenta boa concentração, principalmente em Aconcágua, Casablanca, Valle Central, entre outros.

Uma ótima pedida é o vinho "Frondoso" Pinot Noir Reserva, da vinícola 7 Colores, da região do Valle Central, no Chile. A bebida tem visual vermelho rubi com tons laranja, intenso e brilhoso e  apresenta notas exuberantes de cereja preta e cedro, acompanhadas com notas de defumado, terra úmida e amora. 

Agora, só abrir a garrafa e se deliciar! Cin-cin!

Provavelmente, em algum momento da vida, você já ouviu falar a palavra Sommelier, que nada mais é que o profissional responsável pelas bebidas (não necessariamente só o vinho) no estabelecimento, que pode ser um restaurante, bar, supermercado- loja ou importadora de bebidas.

Um especialista formado em cursos profissionalizantes no segmento da gastronomia também é capaz de construir harmonizações e indicar as melhores bebidas que melhor se encaixam no paladar e gosto de cada apreciador da bebida.

Mas você sabe como surgiu a profissão de Sommelier?

O termo Sommelier vem do francês e se pronuncia "Somêliê". Sua origem está ligada à Idade Média, no século XIII, em que o nome era usado para se referir aos condutores de animais de carga. Tempos depois, o termo passou a ser usado para pessoas encarregadas de transportar e preservar os alimentos das viagens reais. Havia um sommelier para cada item, como frutas, carnes, bebidas…

Já no século XVII, o termo Sommelier passou a ser usado para referir-se aos responsáveis por servir vinho a rei. E, além disso, o profissional tinha a função de transportar a bebida e prová-la antes de servir. Especialmente para garantir que o produto não estava envenenado.

Ao longo dos anos, o cargo mudou de perspectiva e a partir de 1812, o termo sommelier começou a indicar os profissionais especializados que podem a validar a qualidade das bebidas escolhidas. 

Qual é a importância do Sommelier?

É importante destacar que o fato de muitas pessoas serem entusiastas do vinho e estudarem sobre o assunto não significa que elas são sommeliers. Se você não trabalha com vinho, você é um enófilo.  

O sommelier é o profissional especializado que trabalha nos estabelecimentos exatamente para garantir que todo o serviço relacionado ao vinho seja feito de forma correta: desde a escolha do rótulo, harmonizações, temperatura e taça adequadas…

Na próxima vez que for comprar um vinho, mesmo que você seja um apreciador expert no assunto, não tenha "medo" de explorar as sugestões do profissional que está ali para te ajudar da melhor forma possível! Cin-Cin!

Você já ouviu falar da uva Frappato? Muito encontrada na região da Sicília, no sul da Itália, desde o século XVIII, a variedade ainda tem sua origem exata indefinida. Alguns especialistas acreditam que a uva é nativa da região da Vittoria, uma comuna italiana da região da Sicília, província de Ragusa. Outros, porém, indicam que não se trata de uma uva nativa da Itália e que, provavelmente, tenha surgido na Península Ibérica. Já pesquisas recentes apontam que a Frappato teria uma relação de parentesco com a uva Sangiovese, apesar de seus gostos serem bem diferentes. 

Mas apesar de origem incerta, essa variedade tem uma grande contribuição histórica e econômica para a região da Sicília. Em 2005, a região de Cerasuolo di Vittoria tornou-se a primeira da Sicília a ter a classificação DOCG (Denominação de Origem Controlada e Garantida). O que é um grande feito no universo de vinho. 

Produção da uva Frappato

Sabia que Setembro é o mês da colheita da Uva Frappato? A videira é caracterizada pelos seus cachos em forma de pirâmide e possui um rendimento baixo porém constante. 

O Frappato pode ser encontrado em vinhos produzidos apenas com essa variedade, o que garante um excelente vinho rubi brilhante, com corpo leve e aromas e sabores de frutos silvestres e ervas, especialmente o alecrim. É o caso do Frappato DOC Sicilia, que tem uma acidez muito viva e final intensamente aveludado, longo e persistente.

Outro tipo de vinho que você pode encontrar no mercado é o produzido de blends de Frappato com outras variedades de uvas. A mais comum é combinação com a Nero d'Avola, por ser uma uva de maior corpo e concentração de cor complementar, produzindo um vinho tinto com toque de grafite para ser consumido em curto e médio prazo.

Se você está pensando como e quando consumir um saboroso vinho Frappato, nossa dica é harmonizar com massas, queijos semi-maduros, carne grelhada mista ou cordeiro assado!

Agora, só abrir a garrafa e se deliciar! Cin-cin!

O universo do vinho é gigantesco e cheio de peculiaridades que podem assustar com tantos nomes técnicos, etiquetas que podem, no primeiro momento, parecer sem sentido. Para os apreciadores de um bom vinho, mas que não são especialistas no assunto, tanta informação pode assustar.

Por isso, resolvemos trazer 6 dicas para você não ficar "boiando" na próxima vez conversa que tiver com algum especialista na área ou até mesmo para compartilhar com os amigos e fazer bonito! Vamos lá?

1. Segure seu copo pela haste ou base.
Esse gesto pode parecer sem tanta importância ou até esnobe por alguns, mas é realmente prático. Ao segurar a taça pelo bojo o calor transmitido das mãos para o vidro aquece a bebida. E a temperatura do vinho é um grande problema para os profissionais do vinho. Outro ponto positivo de manusear o produto corretamente é a valorização do aroma. Quanto mais perto a mão estiver do nariz, os cheiros de perfume, creme e sabonete impactam na identificação.
Além disso, segurar uma taça de uma certa maneira é o aperto de mão secreto da elite do vinho. ;)

2. Se você não consegue sentir o cheiro do vinho, deixe-o descansar.
Por mais que seja de forma sutil, a maioria das pessoas tem a capacidade de sentir os aromas de todos os vinho. (exceto quem sofre de perda de olfato). Mas, apesar disso, alguns vinhos são mais difíceis de extrair aromas. 
Um dos motivos para isso é o tempo em que o vinho fica dentro da garrafa sem qualquer oxigênio adicional, o que camufla os aromas originais da bebida. Por isso que decantar o vinho (especialmente os tintos) é tão importante!

3. Apesar de parecer, no mínimo, estranho, cuspir é elegante.
De todas as dicas de vinho, esta é a mais estranha. Você já deve ter visto bebedores profissionais de vinho cuspir a bebida, muito comum em degustações, certo?! É verdade que nem sempre você precisa cuspir. Mas se você está passando por várias garrafas, cuspir é uma ótima ideia. Isso te ajuda a se manter focado em "provar" a bebida ao invés de "beber".

4. "Picante" não é um termo para vinho.
É muito comum, ao ler uma descrição das características do vinho, você encontrar notas de especiarias como erva-doce, cravo, pimenta-do-reino e canela. Então por que não falar que o vinho é picante? Mas no universo do vinho, esse termo não é muito usado. Tente ser específico, como usar “apimentado” ou “couro” quando sentir “tempero”. 

5. Vinhos com alto teor de álcool são chamados de "quentes".
Pense naquele álcool descendo e "queimando" sua garganta: isso é o que queremos dizer com "quente". O vinho tem uma gama incrivelmente alta de níveis de álcool, começando em cerca de 5% e chegando a 24% e o teor alcoólico impacta diretamente na  percepção do corpo da bebida. 

6. Frutífero vs. terroso: conheça sua preferência!
Embora não haja uma comprovação científica sobre isso, os vinhos tendem a se enquadrar em duas categorias: aqueles conduzidos por sabores mais frutados e aqueles com notas mais terrosas.Há espaço para os dois em cada degustação, mas conhecer seu estilo o impedirá de gastar dinheiro com vinhos de que não gosta.

Prontinho, agora você já pode circular entre os profissionais dos vinhos sem passar "vergonha"! :P Cin Cin!